terça-feira, 22 de setembro de 2009

QUEM AMA CUIDA E TAMBÉM DA CARINHO



O famoso “quem ama cuida” é óbvio, ou ao menos deveria ser, mas essa expressão reserva armadilhas, pois a palavra cuida pode ser empregada para diversas coisas que uma pessoa possui, cuida do carro, da casa, do cachorro, do livro, do gado, da fazenda, dos CDs e por ai vai a lista de propriedade e, a pessoa amada acaba também virando mais uma posse, quando o outro reclama vem a famigerada frase: - Não sei porque você reclama, eu coloco comida em casa, não te bato, não isso, não aquilo, como se isso já fosse tudo. E o carinho? E o namoro? – Ah, mas você reclama de barriga cheia, veja o fulano! Ele chega bêbado, bate na mulher, não coloca comida em casa!
Tudo bem, que ótimo que não chega bêbado em casa, não bate, coloca comida em casa, mas... e o carinho?
Poxa! Você só fala isso!
Vamos nos lembrar: - Por que quando estamos namorando é aquele fogo? Dentro de um fusca se faz um estrago, depois, uma cama parece um continente, as pessoas precisam marcar encontro, os beijos ardentes passam a ser selinhos de despedidas, as saídas para ir a cinema, teatro ou apenas passear reduzem, usa-se menos perfumes, as palavras doces e carinhosas são trocadas por palavras ásperas, repara-se menos como o outro está vestido, ou o novo corte de cabelo. Dá-se menos flor, elogia-se menos. Vira-se irmãos, amigos, resumindo, vira-se propriedade – minha mulher, meu marido, meu carro, minha casa e por ai vai. O que houve com o romantismo? Só quando sente que está perdendo é que vem o desespero, as promessas de que agora vai ser diferente, passado um tempo, estabelece a propriedade, esquece as promessas e volta ao marasmo.
Muitas vezes valorizamos a mulher do outro, o marido da outra, a atriz que apesar de uma certa idade continua belíssima, mas e você sabe quanto custa para ela continuar daquele jeito? Quanto foi gasto com academia, silicone, lipo, dietas, roupas novas? E você quanto está investido para a pessoa amada ficar como uma Claudia Arraia, um Edson Celulari?
A falta de respeito, as ofensas, a falta de compromisso, a falta de diálogo desgasta, qualquer relacionamento.
-Eu me casei para ser feliz, não para viver nesse inferno. – Você se casou para ser feliz? Talvez ai esteja um dos principais erros, nós não deveríamos nos casar para sermos felizes, mas sim, para fazer o outro feliz, pois quando um faz de tudo para tornar o outro feliz os dois serão mais felizes.
- Ah, isso é fantasia, é auto-ajuda, uso de chavões! – Podem alegar alguns incoerentes ou que não se propõem a mudar.
Outros incoerentes e egoísta dizem: - Eu nasci assim, quando você me conheceu eu já era assim e não vou mudar? – Esse comportamento é conhecido com “ síndrome Grabriela” – aquela música do Dorival Cayme – Eu nasci assim, eu sou mesmo assim, Gabriela. Dizer que quando a conheceu ou o conheceu já era assim é uma mentira, normalmente era mais magro(a), tinha mais cabelo e outras coisas mais. A natureza é sabia, tudo muda, o mais inteligente é saber mudar, se adaptar aos novos tempos, se adaptar às pessoas, isso não é perder identidade, mas sim, forjar um identidade cada vez mais forte e mais condizente com a nova realidade.
A vida é curta, nunca durma com mágoas, com ressentimentos, você pode não ter uma nova chance de se reconciliar com a outra pessoa e, arrependimento tardio e terrível, além de incoerente.
Beije mais, dê flores, faça mais carinho não só quanto está com segundas intenções, elogie mais, diga que ama com mais freqüência, saia mais, conheça novos lugares, faça novos amigos, o outro já pode estar cansado dos mesmos amigos, das mesmas piadas, das mesmas lamúrias.
Quem ama não agride, quem ama não ofende, quem ama muda para melhor, quem ama se cuida para o outro, quem ama cuida e da muito carinho também.

Um comentário:

Blog do Jorge disse...

Olá caro amigo.

Lendo o seu texto,vemos porque muitos relacionamentos acabam, é por falta cuidado e atenção ou porque cuida-se do outro sufocando-o. Um relacionamento assim está fadado ao fracasso, por isso, é preciso mudar rapidamente.
É muito simples, não devemos esperar sempre que o outro te entenda, que te ame primeiro, é preciso antecipar e oferecer o seu melhor sem esperar em troca.
Parabéns por exergar as armadilhas da vida e nos ensinar, aliás, estou indo para casa para colocar em prática essa idéia.

Um abraço.
Jorge R. Loiola