sábado, 26 de novembro de 2011

VOCÊ ACREDITA MESMO EM AMOR INCONDICIONAL?

Foi o que mais eu ouvi de amigos e pessoas conhecidas que leram o artigo e vieram comentar: - Você acredita realmente no que escreveu? – A partir desta pergunta seguiram-se outras, algumas até em forma de indignação:
- Como amar incondicionalmente uma mulher ou um marido infiel? - Devo amar incondicionalmente uma pessoa que me ofende com palavras, que me agride ou que fere um amigo ou parente meu?
- Como vou amar um pessoa que me lezou, me espezinhou?
- Devo amar incondicionalmete um corinthiano, um palmeirense, um falamenguista (risos), principalmente quando meu time perdeu (risos novamente)?
Bem, por ai seguiram os questionamentos e as indignações, mas só posso dizer que históricamente diversas pessoas amaram incondicionalmente ou chegaram próximo: quando Jesus, pregado numa cruz, depois de ter sido humilhado, açoitado clamou: - Pai, perdoa-os que não sabem o que fazem! – Que tipo de amor é esse?
Francisco de Assis que deixou um vida de luxo para se dedicar aos doentes, pobres, enfim, aos necessitados. ...trechos:
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
Perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna
São personagens históricos! – Dirão alguns -, mas temos pessoas que viveram no nosso tempo: Irmã Dulce, Zilda Arns e muitos outros.
Amar incondicionalmente realmente não é fácil, mas é uma busca, deve ser uma meta constante e com certeza o mundo será muito melhor. Devemos treinar em pequenas ações diárias como: pedir desculpas, aceitar o pedido de desculpa, ser mais tolerante no trânsito, tentar ver mais as virtudes dos outros, ser grato e demonstrar gratidão, ofender menos, bem, é assunto para mais um artigo.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

AMOR INCONDICIONAL

Estamos acostumados a viver em mundo em que as pessoas agem na expectativa de reciprocidade. Ação traz uma reação. Infelizmente, não se encontra sabor em relações desinteressadas. A suposta amizade vive de expectativas.
O que o outro pode me proporcionar? Quem é fulano? O que ele faz? O que ele tem? Que benefícios ele vai me trazer?
Tempo em que os adornos valem mais que o essencial. Tristes tempos. As amizades interesseiras têm prazo de validade. As relações são inconsistentes. É comum, em um circulo de amigo, cada qual falar de si mesmo como um hobby. Uma geração narcisista. O pronome mais utilizado é o de primeira pessoa: “eu”. Tristes tempos, repito.
Tempo de escassez de atitudes de misericórdia – descartar uma pessoa é mais fácil do que se desfazer de um objeto de estimação. Falta estima pelo ser humano. Vivemos em uma sociedade em que o consumo coisifica a pessoa. Quanto mais se tem, mais se deseja e, quanto não se tem, o desejo faz questão de ficar.
Falta um sonho de vida e sobram angustias pelas ausências desse sonho. Precisamos amar incondicionalmente, faz bem a alma de qualquer pessoa. Não podemos permitir que os erros vençam os acertos, que a superficialidade ocupe mais espaço que a densidade do mundo intrapessoal e inter-relacional. É preciso resgatar os valores que nos conduzem à felicidade. E de maneira simples e profunda, como é a palavra de Deus. O mal não pode vencer o bem. Se as atrocidades nos incomodam, se a banalização da violência nos assusta é preciso ir além. Além do que os nossos olhos podem ver, além do que os nossos sentidos podem captar. É preciso ir além e chegar ao recôndito do nosso coração onde só a linguagem da alma, dos sentimentos, da simplicidade e da fé é capaz de alcançar.
Só poderemos oferecer um mundo melhor aos nossos quando começarmos a pautar nossas ações pelo amor incondicional, quando eliminarmos as barreiras que nos separam: os preconceitos, as diferenças religiosas, culturais, financeiras ou cor da nossa pele.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AO ENTARDECER

Um jovem casal passava férias com seus dois filhos, escolheram, por recomendações de amigos, uma pousada cercada de montanhas com um rio cortando-as e que ficava a pouco mais de duzentos metros da pousada, além de uma linda cachoeira que descia de um dos lados da montanha, muitos coqueiros e palmeiras completavam aquela paisagem belíssima.
No segundo dia de estada naquele paraíso, Lincoln caminhava vagarosamente pelo verde gramado próximo aos alojamentos da pousada, começava anoitecer, o Sol muito vermelho sumia, engolido pelo horizonte, as multicores do céu davam mais beleza aquela paisagem. Passando defronte a capela que fica dentro da área que compunha a pousada, Lincoln sentiu um forte desejo de entrar um pouco, a capela sem portas estava permanentemente aberta, convidando os freqüentadores do local a agradecer o Criador por ter feito um lugar tão bonito.
Lincoln estava sentado com os olhos fechados quando ouviu passos vagarosos, alguém adentrava ao santuário, logo um leve arrastar de banco e tudo ficou quieto, Lincoln abriu os olhos, virou-se e notou ser um senhor com mais ou menos setenta anos e já se encontrava orando, ficaram assim durante alguns minutos. Após suas orações o velho levantou-se do banco onde estava e veio sentar exatamente no banco onde o Lincoln se encontrava:
- Estou incomodando?
- Ah! Não, não está, já terminei minhas orações. – A princípio Lincoln estranhou a vinda daquele senhor ao seu banco, pois haviam tantos outros desocupados.
- Vem sempre aqui?
- Não, é a primeira vez. E o senhor vem sempre?
- Vinha mais, hoje em dia dependo muito de quando minha filha pode vir, ela trabalha muito, dificilmente tem tempo!
- Só tem ela!
- Não, tenho mais dois filhos, dois rapazes, mas não moram no Brasil, se formaram e foram trabalham no exterior.
- Muitas lembranças?
- Muitas meu filho... – O velho dá uma pausa – muitas mesmo!
- Boas ou ruins?
- Boas, todas muito boas! Inclusive, ontem e hoje estive observando sua família e lembrei da minha, você tem dois filhos e uma bela esposa.
- É, tenho um filho de sete anos e uma filha de quatro.
- E a esposa!
- Ah! É, minha esposa... estamos casados a nove anos.
- Algo não está bem entre vocês?
- Está tudo bem sim – pausa - porque o senhor pergunta?
- É que eu estive observando a movimentação nesses dois dias, é o que um velho pode fazer de melhor, observar, e não pude deixar de notar que vocês estão sempre distantes.
Primeiro Lincoln ficou meio constrangido por falar de sua intimidade, mas aquele senhor transmitia tanta paz e segurança que resolveu se abrir:
- Nosso relacionamento esfriou muito! Nós viemos para cá tentando nos dar uma chance, mas percebo que não dá mais não...
- Isso é muito triste, o fim de um amor é triste... – O velho falou pausadamente e calou-se.
- É realmente, eu amei muito minha mulher, mas de alguns anos para cá, nós nos afastamos, a rotina no casamento, a correria do dia-a-dia: trabalho, cursos, filhos, viagens a negócio, encontros com amigos; ela também trabalha fora, está tudo muito difícil – Lincoln abaixa um pouco a cabeça e completa – tem também outras mulheres... – cala-se.
- É, quando o amor é bonito vale a pena investir, vale qualquer sacrifício.
- O Senhor fala com muita convicção. Chegou a viver problemas no seu casamento?
- Claro que sim. Eu me casei muito apaixonado, minha esposa era maravilhosa, tão bela quanto a sua, a gente se entendia muito bem, tivemos três maravilhosos filhos, com o tempo ela se tornou apenas mãe e eu pai, nossos diálogos foram reduzidos a problemas caseiros: filhos, escola, contas, daí em diante tudo desandou, eu que nunca havia traído minha esposa, não resisti aos encantos de uma colega de trabalho, e assim foi durante algum tempo. Um dia cheguei em casa depois do barzinho com os amigos, minha esposa me comunicou que iria fazer uma viagem com as crianças e que iria ficar um tempo sozinha para pensar sobre nós, nesse dia eu percebi que estava perdendo minha família e a mulher que tanto amara. Fiquei entre deixá-la partir e assumir a outra em definitivo, mas algo dentro do meu coração pedia uma nova oportunidade, era mais forte que a minha razão, foi então que pedi que me desse mais uma chance, sugeri que fizéssemos uma viagem juntos, ficando só nossa família e, se depois de tudo se ela achasse que devia partir eu não impediria. Á princípio ela relutou, dizia já ter tentado de tudo e que já havia tomado a decisão, nesse momento eu percebi que estava perdendo a chance de ser realmente feliz, resolvi que despojaria de qualquer orgulho e implorei, pois sabia que quem mais errara havia sido eu. Ela aceitou e nós viemos para este lugar, na época ainda era uma propriedade de um amigo, era tudo muito rústico, ficamos só nós, durante o dia íamos ao rio pescar, passeávamos a cavalo, tomávamos banho de cachoeira, fazíamos caminhadas, jogávamos bola, à noite jantávamos, acendíamos uma fogueira no terreiro da casa ficávamos inventando jogos e contando histórias. Via meus filhos correndo alegres e a alegria dos meus filhos e o belo sorriso da minha esposa me davam a certeza de que havia tomado a decisão certa. Resolvi investir em nós, conversamos muito, falei tudo o que eu não gostava e o que me deixava chateado, ela por sua vez também não deixou barato, fiquei sabendo tudo o que ela pensava sobre mim, percebi o quanto havia machucado-a, o quanto machista fora, foi tudo muito bom. Quando voltamos para casa nosso relacionamento mudou muito, estávamos mais unidos, mais fortes... – o velho dá uma pausa.
Lincoln se identifica muito com a história e resolve saber mais:
- E quanto à outra?
- Percebi que não a amava verdadeiramente, ela era apenas uma fuga, eu buscava a jovem que eu conhecera e que se tornara mais mãe que esposa, talvez mais por uma visão minha.
- E a relação de vocês com este lugar foi só naquela vez? Lincoln, na realidade estava usando essa pergunta para saber mais sobre a história do velho.
- Bem, depois daquela vez passamos a vir aqui com mais freqüência – nesse momento o velho pára, vira o corpo e fita o vazio lá fora – quando começo a pensar naquela época posso ver meus filhos correndo de um lado para o outro, os jogos de futebol, as pescarias, como éramos felizes, as idas à cidadezinha próxima daqui, as cantorias acompanhadas pelo violão tocado pela minha esposa. Ainda posso vê-la dando bronca nas crianças e dizendo que eu era tão moleque quanto eles – o velho abaixa a cabeça - ela era muito zelosa, dava broncas e ao mesmo tempo era carinhosa. Percebi a tempo que ela não precisava só de um bom pai para nossos filhos, precisava também de um marido, amante, um companheiro; e olha que isso nós fomos, como fomos! Envelhecemos juntos, vimos as crianças crescendo, primeiro o mais velho foi fazer faculdade na capital, logo o outro ganhou um bolsa de estudo no exterior e também foi embora, apenas minha caçula ficou, fez medicina, ficou na cidade morando e trabalhando. No final ficamos apenas eu e minha esposa, os filhos pouco nos acompanhava nas viagens, mas mesmo a saudade deles não nos impedia de sermos felizes, mas... - Nesse instante Lincoln percebe que uma lágrima teima em rolar pela face do velho.
- Prefere não falar!
- Não, não, eu falo, as lágrimas são de boas lembranças, como estava falando, há seis anos minha amada me deixou – o velho curva a fronte enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto – ela foi atender o chamado do criador, doeu e ainda dói, mas eu sei que ela está me esperando para nunca mais nos separarmos. Hoje eu venho para este lugar com minha filha, ela vem com sua família e, sabendo que eu gosto muito sempre me convida, quanto aos outros filhos pouco aparecem, estão sempre muito ocupados.
- O senhor considera que tudo valeu a pena?
- Se valeu! Hoje eu tenho consciência que a vida é feita de detalhes e são eles que irão nos alimentar, nos darão força para continuar vivendo, não sou saudosista, tenho boas lembranças e são elas que me impulsionam. São elas que me dão a certeza que a vida valeu e vale a pena. O que me alimenta não são as coisas que não disse ou que não fiz, mas tudo que tive coragem de dizer e de fazer e que fizeram outras pessoas felizes. A minha amada continua aqui, viva, dentro do meu coração, toda felicidade que eu lhe dei e a que ela me deu dá a certeza que a felicidade existe e está sempre do nosso lado, basta tirarmos o rancor, a magoa, o orgulho, os preconceitos, temos que viver livre das amarras e de modismo, devemos ser verdadeiros, não ter medo de viver e de ser feliz, devemos ser felizes nem que seja na marra.
- Será que eu posso ter uma historia tão bonita quanto à do senhor?
- Com certeza não. Cada um faz sua história e ela pode ser melhor ou pior, mas é a sua historia. – O velho dá uma pausa na conversa - Desculpe-me, vim aqui, atrapalhei suas orações e fiquei falando o tempo todo!
- Não, não está atrapalhando, foi muito bom ter ouvido sua história.
- Bem tenho que ir, minha filha já deve estar me esperando para o jantar, meu genro é impaciente e amanhã levantamos cedo para viajarmos de volta. Os dois se levantam caminham silenciosos até fora da capela.
- Está uma noite muito bonita, uma linda Lua cheia, inspirativa, diria! Bem, vou chegando, boa noite! - Despede-se o velho.
- Boa noite! - Responde um Lincoln contemplativo.
O velho sai caminhando em passos lentos deixando atrás de si um homem pensativo, aquela história havia mexido com Lincoln. Ele ficou ali mais alguns minutos enquanto observava o velho seguir seu caminho sendo iluminado pelo clarão da noite enluarada.
- Boa noite, amor!
- Onde esteve até agora?
- Andando por ai.
- Sozinho!
Lincoln não respondeu, aproveitou que as crianças não estavam por perto, puxou sua esposa para junto de si:
- Eu já disse que te amo muito!?
- O que houve? Há muito tempo que você não age assim!
- Pois então pode ir se acostumando, agora vai ser assim! Lincoln abraçou forte a esposa e deu-lhe um longo e ardente beijo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O DOMADOR DE MONTANHAS 2

Eu já estava há mais de dois anos acompanhando grupos em trilhas e rapel, quando aconteceu um fato que foi marcante para mim. Estava com um grupo de seis jovens, quatro moças e dois rapazes, durante a trilha fomos fazer rapel, três moças haviam descido, tudo transcorria bem, a quarta jovem, que vamos chamá-la de Tânia para preservar sua privacidade, estava um tanto ansiosa, mas os amigos estavam dando força dizendo que não havia perigo, que ela ia adorar, enfim, ela decidiu, iria descer, preparei todo equipamento, ajustei - faço a descida sempre com duas cordas para evitar qualquer risco - dei inicio à descida da jovem Tânia, lá embaixo estava meu filho Alexandre que dava a sustentação; a jovem estava indo bem, havia descido uns quinze metros quando parou, em seguida começou a dizer que não ia conseguir, que estava com muito medo, eu comecei falar com ela e passar segurança, mas ela se desesperou e passou a dizer que ia morrer, que não ia conseguir, ela chorava muito e, para piorar, disse que o seu pai havia morrido numa descida de rapel, que ela havia visto tudo, nesse momento eu tive certeza que situação estava mais difícil que qualquer uma outra que havia vivido, muito pior até do que aquela que eu havia passado quando pratiquei rapel pela primeira vez, nessa hora tudo passou pela minha cabeça, inclusive que deveria chamar o corpo de bombeiro, mas onde estávamos o celular não estava dando linha, olhei para os lados e vi que os dois jovens que estavam próximo a mim no platô se mostravam apavorados, eu precisava passar tranqüilidade e, principalmente, tomar uma atitude, foi quando decidi descer, preparei outro equipamento e iniciei a descida, chegando perto onde estava, ela chorava muito e, no desespero, gritava: - Não encosta em mim. – Eu lhe disse que não forçaria a nada, mas que ela deveria descer, pois tudo era muito tranqüilo, chorando ela só falava que ia morrer. Tranquilamente comecei a falar com ela, sempre demonstrando que estava seguro no que fazia, mas ela parecia não querer ouvir, em seguida, entre soluços começou contar que seu pai havia morrido durante uma descida de rapel com um grupo de amigo, que na época ela estava com oito anos, estava na parte de cima da cachoeira, que não havia visto o pai cair, mas que ouviu os amigos e a mãe contando. Após ouvir bastante, comecei a falar-lhe que lamentava o que havia acontecido, que imaginava a sua dor, mas que no sistema que eu trabalho é muito seguro, pois trabalho com duas cordas e, a chance de uma tragédia daquela é praticamente impossível. Nesse momento ela ficou revoltada e disse que eu falava assim porque ela não era minha filha, que o que acontecesse com ela seria apenas uma fatalidade, um acidente de trabalho, que eu nunca ia sentir o que ela sente até hoje com a morte do pai, foi nesse momento que Deus iluminou e eu falei: - Posso te garantir que eu sei sim a dor da perda de um pai ou de um filho, por isso eu tomo todos os cuidado. – Foi quando ela, ainda soluçado indagou-me: - Como você sabe? Já perdeu alguém dessa forma? - Eu lhe disse que não havia perdido, mas que aquele jovem de dezenove anos que estava lá embaixo dando apoio era meu filho, e que o equipamento que eu preparo, dá toda segurança, porque primeiro desce o meu filho. Completei dizendo – Talvez eu até relaxasse comigo, mas nunca com a segurança do meu filho! – Nesse instante um lagrima escorreu pelo meu rosto, tive naquele momento a consciência da dor que ela estava sentindo. A jovem Tânia olhou para mim e perguntou: - Você está chorando? – Pensei em falar que não, mas assumi. – Sim, estou chorando só de imaginar a dor da perda de um filho e por isso sei o que você está sentindo! – Por um tempo ficou um silencio, só alguns gritos de um ou de outro que perguntava se tudo estava bem, mas nós estávamos em silêncio. Logo ela olhou pra mim e pediu: - Eu quero descer! – Eu disse que estaria ao seu lado dando apoio, e, vagarosamente ela começou a descida até chegar na base, uma vez lá ela sentou e chorou muito, eu meu filho ficamos ao seu lado em silêncio, depois ela se levantou deu-me um longo abraço, agradeceu-me e pediu desculpas várias vezes, depois abraçou meu filho e disse: - Você tem um grande pai e ele te ama muito! - Isso me deixou muito emocionado. Essa experiência me fez crescer muito e ter a certeza que não deveria arriscar a vida dos outros, e que toda segurança é essencial.
Passado seis meses do ocorrido a jovem Tânia voltou com uma nova turma, e disse que queria fazer rapel, disse que havia feito terapia e que achava estar bem melhor, nesse momento eu fiquei preocupado, mas ela insistiu e eu não tive como dizer não. Preparei todo equipamento, meu filho na base e começou a descida da jovem Tânia, tudo foi bem até uns quinze metros e novamente ela parou, eu fiquei apavorado, ela olhou para mim e gritou eu não quero descer... – Toda lembrança veio a minha cabeça e eu tremi, lentamente ela colocou a mão numa bolsa que trazia preza à cintura, de lá tirou uma máquina fotográfica e disse: - Não vou descer enquanto não filmar essa paisagem linda! Nesse momento parecia que toda alegria havia invadido meu ser. Ali ela ficou, filmou, observou e depois pediu para continuar a descida.
A jovem Tânia voltou mais duas vezes e cada nova descida uma alegria invade meu coração e eu imagino uma filha descendo naquelas cordas e sei da responsabilidade que tenho.
Informações e reservas Jamil: Cel.: (67)84551964 m.lucia_67@hotmail.com


Fotos feitas por Inivaldo na região de Piraputanga - MS

segunda-feira, 13 de junho de 2011

TER FILHOS NÃO É PRA TODO MUNDO

Vamos ser sinceros: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria. Faça a análise antes de ter uma.


Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais. Sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranqüilidade. Alguns dizem: “o que interessa é a qualidade do tempo que passamos juntos e não a quantidade”. Se for assim, então diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.
Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer deveres de casa, educar, colocar limites.
Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping Center.
Sou obrigado a fazer tudo isso? Claro que não. Mas ser pai e mãe também não é uma obrigação. Trata-se de uma escolha, e como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a moralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.
Com a vida moderna as crianças passaram ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembrem-se que o futuro da humanidade dependem dessas crianças. Fico triste quando os pais nunca tem tempo de ir à escola para acompanhar a educação das crianças e adolescentes. Em muitos casos casais colocam a necessidade da maternidade a conceitos: - para não ficarem sozinhos na velhice – como se filhos fosse seguro anti solidão, em outros casos serve mais para mostrar às pessoas a masculinidade ou a fertilidade.
Após uma análise tranquila na possibilidade de ter ou não ter filhos, tenho certeza de que o mundo irá melhorar.

Baseado no livro A Criança Tercerizada do médico pediatra José Martins Filho.

O HOBBIT - O FILME

Vem aí mais um filme de fantasia, com certeza, mais um sucesso de bilheteria, o Hobbit que é uma criação do escritor J.R.R Tolkien, o mesmo que escreveu a trilogia O Senhor dos Anéis, inclusive, o Hobbit é o início da trilogia e foi publicado em 21 de setembro de 1937. O Hobbit foi escrito para seus filhos. É a história de homenzinhos que moram em tocas, não tem apego a bens materiais, não se preocupam com regras, gostam de festas e não se aventuram muito longe de seus povoados, mas um dia aparece um mago por nome de Gandalf acompanhado de treze anões e convocam o Hobbit Bilbo Bolseiro para uma grande aventura, tomar de volta um tesourou que o perigoso dragão Smaug roubara há muitos anos dos anões, assim começa a história. No meio da aventura o Hobbit Bilbo encontra o asqueroso Gollum e, numa disputa, ganha O Anel, o mesmo que na trilogia O Senhor dos Anéis descobre-se que tem poderes extraodinários e passa a ser cobiçado por poderosos, desencadeando uma aventura sensacional.
Com certeza o filme o Hobbit será mais um sucesso de bilheteria como foi a trilogia O Senhor dos Anéis, ainda mais que conta com a mesma direção competentíssima de Pater Jakson, por isso, quem ainda não leu o livro O Hobbit corra para as livrarias ou site e adquira o seu, caso contrario pagará mais caro depois que o filme for lançado.
Apenas um comentário desse apaixonado por filmes: com frequencia ouvimos críticos falando muito mal dos filmes de fantasia, que o cinema deveria produzir mais filmes históricos, filmes com mais conteúdos, que o cinema deveria ajudar educar, concordo em partes, pois se o povo quer se aculturar, existem às escolas à disposição, cinema deve ser entretenimento, deve-se, sim, produzir filmes com fundo histórico, cultural, educativo, mas isso não deve ser regra, os filmes de fantasia ajudam nossa imaginação e nossa criatividade, afinal de contas, se vivermos só de realidade vamos enlouquecer.
Só para reforçar o que escrevo aqui, leia matéria que postei anteriormente em que relaciono os filmes de maiores bilheterias de todos os tempos e, dos vinte e dois filmes postados vinte e um são de histórias fantásticas, ou seja, fantasia. Assim, que sejam bem vindo os filmes O Hobbit (serão dois filmes) e se preparem logo para mais aventuras, vem aí Tarzan – O Rei dos Macacos, fantasia das boas.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A FORÇA DA MENTE

Penso, Logo existo

O cérebro bem usado melhora com o tempo, estica a vida útil e previne as doenças da velhice.

O mundo que você vê é real ou imaginário? A luz que projeta ao seu redor seria observada e sentida da mesma forma se você não estivesse aqui? As cores fariam algum sentido se alguém não as pudesse observar, catalogar e interpretar? Os sons produziriam o mesmo efeito se não existissem ouvidos para captá-los? O frio calor teriam alguma importância na ordem geral do universo se não fosse você que os estivesse sentindo? Tudo que você vê, ouve e sente reflete o mundo exterior. A forma como alguém percebe, interpreta ou reage a isso, no entanto, é pura criação do cérebro, a mais maravilhosa e elaborada produção da vida na Terra. O que o cérebro faz o tempo todo, dormindo ou acordado, é criar imagens. Luz nada mais é do que radiação eletromagnética. Cores não existem fora de nossa mente. Nem os sons. O som é produto da relação entre uma vibração externa e o cérebro. Se não existisse cérebro, não haveria som, nem cores, nem luz, nem escuridão.
Uma infinidade de novas descobertas, feitas em laboratórios e centros de estudos ao redor do mundo, tem revelado o cérebro como um órgão mais fascinante, complexo e poderoso do que antes se imaginava. Descobriu-se que, ao contrário dos outros órgãos do corpo humano, ele pode melhorar seu desempenho durante a vida. A única exigência é que seja permanentemente treinado exercitado em atividades intelectuais. A melhor maneira de viver mais e melhor é botar o cérebro para trabalhar.
O cérebro bem estimulado em tarefas como leitura, aprendizado de novas línguas, resolução de problemas matemáticos ou mesmo m tarefas rotineiras no trabalho pode esticar a longevidade de uma pessoa e evitar que ela sofra de problemas típicos da velhice, como a senilidade e a perda de memória.
Apenas 30% da capacidade intelectual de uma pessoa se deve a atributos inatos do cérebro. Os outros 70% são desenvolvidos graças ao aprendizado.
O filósofo René Descartes disse: Penso, logo existo.

Fonte: Revista Veja de 19/08/1998

sábado, 19 de março de 2011

UM REI DE FATO E DE DIREITO

Os tronos de diversos países, por séculos, foram ocupados por reis que não foram escolhidos pelo povo, mas por direito hereditário, por imposição ou por uma suposta intervenção divina, como tentava supor as religiões que gravitavam em torno do poder, mas há reis que são verdadeiramente escolhidos pelo povo, não em uma eleição, mas por um processo mais natural, o gosto popular, evidentemente, mesmo esses reis são questionáveis e muita gente não concorda, mas como em qualquer processo democrático, a maioria é soberana e, no caso do cantor Roberto Carlos sua majestade realmente é soberana, são mais de 50 anos fazendo sucesso, queiram os críticos ou não, é muito sucesso, tanto que já em 1963 era um dos maiores vendedores de discos, e, em 2011, ainda continua como um dos maiores vendedores de CDs DVDs, e um dos compositores mais regravados, isso acontece ano após ano, é pouco?
Após 50 anos seus shows continuam cada dia mais lotados, seus cachês são os mais caros, suas musicas aparecem em comerciais de televisão com direitos autorais a peso de ouro, música em novelas são liberadas a conta gotas e quando aparecem na trilha sonora são carros chefes. Só para relembrar: - O rei Roberto foi quem lançou a moda no Brasil de cantar em turnês em alto mar, em navios luxuosos, hoje virou atração turistica e, há cruzeiros-marítimos-shows com grupos religiosos, axé e cantores sertanejos; - Em 2010 gravou com CDs e DVDs com as maiores cantoras do Brasil e outro com os maiores cantores sertanejos; - Em 2010 lotou o estádio do Maracanã, foram mais de 60 mil pessoas num dia de muita chuva no Rio de Janeiro, ainda em 2010 levou mais de 400 mil, isso mesmo, 400 mil pessoas para um show na praia de Copacabana e, em 2011 foi o vencedor, juntamente com a escola de samba Beija Flor que tinha a sua vida como samba enredo, e mais, foi saudado de pé por todos os presentes no sambódramo, no final do desfile, por ser a última escola, ficou mais de 20 minutos para conseguir descer do carro alegórico onde estava, o publico queria vê-lo, tocá-lo. Quantos no mundo mantem esse carismo durante 50 anos?
Mas os mais céticos dizem: - Ele é fabricado pela rede Globo de televisão. Analisa comigo: Ele, normalmente, aparece uma vez por ano na televisão e, quantos cantores e duplas já fizeram especiais de final de ano como o rei Roberto Carlos faz? Dentre eles: Fábio Jr, Paulo Ricardo, diversas cantoras, cantores sertanejos como Leandro e Leonardo (que inclusive tinham um programa semanal na tv Globo), Zezé de Camargo, Chitãozinho e Chororó, Sandy e Júnior, Chico Buarque e Caetano Veloso (já tiveram programa semanal) e porque não continuaram? Audiência é o determinante, em 2011, para se ter uma noção, o especial do Roberto Carlos deu picos de 27 pontos de audiência enquanto o especial do Fabio Jr com o filho Fiuk chegou a 18 pontos, os dois programa foram na Globo.
Um vida de sucesso: Roberto Carlos gravou o primeiro disco em 1961: Louco por você, vendeu pouco, mas em 1963 estourou no Brasil inteiro com Parei na contra mão e Splish Splesh, de agosto de 1965 a setembro de 1968 comandou, junto Erasmo Carlos e Wanderleia o programa Jovem Guarda, até hoje, o programa musical de maior audiência da tv brasileira; - em 1968 defendendo “ Canzone Per Te” no 28º festival de San Remo se torna o primeiro intérprete não-italiano a vencer o festival; - em 1988 é proclamado Cidadão de Los Angeles pela prefeitura desta cidade que declaras aquele dia como o “Dia de Roberto Carlos”; - em 1989 ganha o Grammy de Melhor Interpréte Latino; - já vendeu mais de 130 milhões de discos e CDs, no Brasil ninguém chega perto desses números, inclusive ainda em 1993 entra para o Guiness Book of Records como o maior ganhador de Discos de Ouro (100 mil), Platina (500 mil) e Diamante (Um milhão), - recebeu o troféu Globo de Cristal dado a cantores com as carreiras mais longas, além dele apenas cinco outros ganharam. Já cantou ao lado do cantor lírico Luciano Pavarotti (no estádio Beira Rio para mais de 60 mil pessoas), cantou para o Papa João Paulo II para um público de mais de um milhão de pessoas.
Diverso cantores famosos já regravaram cds inteiros cantando músicas do rei, dentre eles: Maria Bethânia (o primeiro cd da cantora a vender mais de um milhão), Sérgio Reis, Paulo Ricardo, Ray Connifer e outros mais, além de inúmeros grupos, duplas e cantores que já fizeram muito sucesso regravando músicas do rei. Não é difícil encontrar músicas do rei para regravar, afinal de contas, são mais de 600, a maioria em parceria com seu amigo Erasmo Carlos.
Como li num editorial da revista Época: - O brasileiro não valoriza o que tem, o americano, o francês, o italiano valoriza cada pedacinho da sua história, dos seus monumentos, de seus ídolos, nós, ao contrário, adoramos malhar os nossos. - O editorial continua dizendo: - O Rio de Janeiro é um das mais belas cidades do mundo, pena que é no Brasil, o carnaval é o maior espetáculo da terra, mas não achamos isso, temos as mais belas praias e cachoeiras, mas não valorizamos, pagamos o preço, pois, apesar disso tudo, recebemos menos turistas que paises com menos a mostrar, se o Roberto Carlos fosse americano seria um Frank Sinatra, Elvis, Michael Jackson, mas é brasileiro!
Não importa o que digam, os números não mentem: Roberto Carlos é rei pelo processo mais democrático: o gosto popular.
Fontes
: livros de Ayrton Mugnaini Jr, Boscoli, revista Época, site amigos do rei.