segunda-feira, 5 de julho de 2010

POR QUE A SELEÇÃO BRASILEIRA PERDEU?

É a pergunta que não quer calar. Os mais engraçadinhos dirão: - Porque menos gols uai! - Dhãrr! Como todo brasileiro é um pouco técnico, tem sua opinião, eu também tenho a minha e, na minha humilde opinião faltou bom senso. Isso mesmo, a palavra para tudo o que aconteceu foi: bom senso.
Quando o Brasil ganhou em 2002 tinha uma chamada “família” comandada pelo paizão-cherifão Felipão (rimou), o time chegou à Copa desacreditado, ele peitou todo mundo e não levou o Romário, além da imprensa, até o presidente da república havia pedido, mas ele venceu a Copa e virou herói. Felipão pediu para sair, e, em 2006, o técnico era o Parreira, um treinador, diríamos, mais técnico, que juntou um bando de astros e estrelas: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo “Fenômeno” (recorde de gols em copas do mundo), Adriano “Imperador”, Robinho das pedaladas, Cafu ( recorde de partidas pela seleção), Roberto Carlos, enfim, era estrelas demais para apenas um time: quadrado mágico, festa para imprensa, jogos shows, jogadores em baladas e gandaias, foi uma festa, jogando foi um vexame, um time que se apresentou individualista e medíocre.
Para 2010 tinha que ser diferente, a recomendação ao novo treinador era essa: mudar tudo, o escolhido foi o capitão Dunga, jogador com fama de durão, de disciplinado e de líder, e ele seguiu o traçado, escalou conforme comprometimento, disciplina, obediência, deu preferência para jogadores mais “santos”, mais alinhadas com seus ideais. E o time foi vencendo, Copa América, Copa das Confederações, perdeu as Olimpíadas – mas essa o Brasil já está acostumado a perder. Chegou a convocação para a Copa e o cherifão Dunga convocou quem ele quis, disse estar sendo coerente e levou quem esteve afinado com ele, mas vários jogadores convocados não estavam em boa fase, na reserva em seus times, machucados, mas o grupo estava fechado e ele não levou alguns jogadores que estavam bem na temporada, o argumento é o de que não havia sido experimentado na seleção, não foi. A torcida estava apreensiva, mas naquele momento só podia esperar, rezar, torcer. E o Dunga radicalizou de vez, fechou treinamentos, tudo secreto, um ou outro dava entrevista – não podia ser a festa de 2006 - muita discussão, brigas com a imprensa, tudo pelo grupo, como o Felipão, precisava de uma família, um grupo, tipo: todos por um e um por todos.
Apesar do dito grupo, algo não estava bem, Kaká, o sempre bom moço, agora esbravejava, irritava-se, levou cartões amarelos, bateu, falou palavrões, foi expulso. Robinho que sempre dançou e se divertiu, agora gritava na cara dos adversário, estava sempre, visivelmente, nervoso. Para finalizar, Felipe Melo, que o mundo sabia do mau comportamento, fez o que muitos temiam e na pior hora, abriu a caixa de ferramenta, pisou maldosamente no adversário, foi irresponsável e expulso, prejudicou "o grupo".
Normalmente um time não está bem no primeiro tempo, o técnico com sabedoria e autoridade, no intervalo, muda a história do jogo, na Seleção de 2010 foi ao contrário, estava bem no primeiro tempo contra a Holanda e voltou irreconhecível no segundo.
Não podemos culpar totalmente o Dunga, ele não tinha experiência nenhuma como treinador, foi aprendendo durante as preparações, mas Seleção Brasileira não tem que ser laboratório, ali tem que estar os melhores, inclusive o melhor técnico e isso o Brasil tem de sobra. A Argentina cometeu o mesmo erro, perdeu. Boa vontade não ganha campeonato, competência sim.
Enfim, a proposta era não repetir os erros de 2006, renovar a equipe, mudar tudo, mas a mudança foi radical e desordenada, faltou bom senso e agora temos novos erros a serem corrigidos. Remédio demais também mata.
Em 2014 a Copa do Mundo é no Brasil, não precisamos mudar tudo novamente, precisamos de um técnico conhecedor, com autoridade, com moral, mas com bom senso. Nem exagero para mais, nem para menos. Assim vamos ser campeões? Nada garante, mas com certeza apresentaremos um melhor futebol, um time com a alma e alegria da torcida brasileira e, mesmo que não vençamos - como 1982, mas sabíamos que havíamos sido os melhores, ficou a tristeza pela derrota, mas a certeza de que venceu o espetáculo. E assim, pedimos: para 2014, bom senso já, porque o espetáculo não pode parar!

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