Infelizmente, boa parte dos brasileiros tem o costume de só valorizar o que vem de fora, o que é nosso não tem valor, para piorar se algo de ruim acontece logo vem o famigerado: - Só podia ser no Brasil! – Como se no mundo inteiro não acontecesse coisas boas e coisas ruins, evidentemente que não podemos deixar de ser críticos e nos espelharmos em coisas boas para que, a cada dia, possamos ter um país melhor, mas em contrapartida devemos sempre valorizar e ressaltar o que temos de bom, e como temos. Felizmente temos percebido um avanço na valorização do que é nosso, mas ainda falta muito e, um dos setores que há muito tempo já deveria estar mais valorizando são os de criadores de personagens. Conhecemos muito personagens da Walt Disney que realmente são bons: Mickey, Pateta, Pato Donald e companhia, mas no Brasil temos criadores de personagens que não ficam nada a dever ao mestre Walt Disney ou a Hanna e Barbera. Ao pensarmos na nossa infância encontramos Maurício de Souza, o criador da Turma da Mônica: Cebolinha, Cascão, Magali, Bidú, Chico Bento, Franginha e tantos outros que encantaram nossa infância e até hoje é sucesso. Temos também o grande Ziraldo, criador do Menino Maluquinho, Turma do Pererê e de inúmeros outros personagens que agradam tanto crianças como adultos. Não podemos esquecer-nos do pai de todos, o grande Monteiro Lobato, criador do Jeca Tatu, do Sitio do Pica-pau Amarelo; quem não leu, viu ou ouviu falar da boneca Emília, do Visconde de Sabugosa, da Narizinho, das caçadas de Pedrinho, da avó contadora de história Dona Benta e da cozinheira de mão cheia Tia Anastácia? É personagem com maior identidade com os nossos costumes, com o nosso dia a dia. Não pode ficar de fora o multifacetado Chico Anísio, o mestre do humor e dos personagens, afinal de contas foram mais de 200 personagens, todos com personalidade própria e com muito sucesso, aparentemente eles foram criados para os adultos, mas as crianças os adoravam se listarmos todos encherá páginas e páginas, mas não podemos esquecer-nos do Professor Raimundo e sua escolinha, Bozó, Silva o bonitinho, Bento Carneiro o vampiro brasileiro, Pantaleão – o contador de histórias, Alberto Roberto – o locutor, Justo Veríssimo – o político que odeia pobre e mais uma centena de personagens. Diante dessa pequena apresentação podemos ter noção do que temos, sem contar os inúmeros criadores de personagens que estão no nosso dia a dia através das tirinhas de jornais, de revistas, internet é encantador e de tirar o fôlego. Das próximas vezes que for presentear filhos e amigos com livros, revistinhas ou filmes dê preferência aos nossos criadores, assim, não só estaremos valorizando nossos produtos e nossos artistas, mas também estaremos abrindo novas oportunidade de trabalho e possibilitando que haja mais investimento, com isso nosso país melhora e nossa auto-estima também melhora. Mas ainda assim haverá o velho preconceito: - Mas nossos produtos são de qualidade inferior! – Digo que inferior é o preconceito desse pseudos brasileiros, afinal de contas, qualquer lançamento de filmes americanos conta com milhões e milhões de dólares, enquanto no Brasil ainda é feito de forma caseira, muito boa vontade, com pequena verba e contando com a desconfiança e pouco incentivo aos nossos produtos. Mas os pessimistas de plantão dirão: - Nada ver! – Mas eu digo: tudo a ver. Tanto que um exemplo claro é a boa série A Era do Gelo que é dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha que dirigiu também o mega sucesso Rio que também contou com direção do brasileiro, prova que criatividade nós temos, só nos falta dinheiro. De hoje em diante não fique no “ver para crer”, mas “creia para ver”, a partir do seu crédito é que tudo irá melhorar. Então, de votos de confiança para o que é nosso.
Maurício de Souza
Monteiro Lobato
Ziraldo
Chico Anísio