sábado, 27 de fevereiro de 2010

O SERTANEJO QUE EMPLACOU: DE TONICO E TINOCO A SÉRGIO REIS, DE CHITÃOZINHO E XORORÓ A LUAN SANTANA

A música sertaneja começou com cantores que tinham os dois pés na roça, músicas cinhecidas como caipiras, suas letras normalmente falavam da beleza da natureza, da vida no campo, da vida simples do interior, da lida do dia a dia, dos costumes, ou seja, você ouvia a música e quase podia sentir o cheiro de terra, os ruídos dos carros de bois, o prazer de uma boa pescaria, do café no bule sobre um fogão à lenha e, acompanhado de violas, violões e, em alguns casos, de uma sanfona, esse estilo musical atendia a um público específico, principalmente o pessoal legitimamente caipira, e o mais triste, havia barreiras para se tocar em rádios para um público jovem das cidades grandes. Duplas com Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Zilo e Zalo, Tião Carreiro e Pardinho consagraram o estilo, mas eram marginalizados.
O tempo passou e vieram a popularização das rádios FMs, nelas, definitavamente, não havia espaço para a música caipira, mas no início dos anos setenta aconteceu um fato que revolucionou o estilo, um jovem conhecido como Sérgio Reis resolveu regravar um clássico da até então música caipira: O Menino da Porteira, foi um marco para aceitação da dita música caipira junto ao grande público, na realidade, era tudo que as pessoas esperavam, mas não sabiam como chegar até ela, e a música tocou, tocou tanto que o grande cantor, com seus quase dois metros, levou a história até para o cinema, onde também fez muito sucesso. Mas qual teria sido o segredo para a música caipira sair das porteiras das fazendas e sítios e atingir o povo da cidade? Na realidade o mistério é simples para ser desvendado: na época havia um movimento musical chamado Jovem Guarda, que começara em agosto de 1965 em formato de programa de auditório transmitido pela rede Record e comandado por três jovens que eram as sensações da música jovem no Brasil: Roberto Carlos (O Rei), Erasmo Carlos (O Tremendão) e Wanderléia (A Ternurinha). O referido programa de auditória batia todos os índices de audiências da época e nele se apresentava o jovem grandão e bonitão Sérgio Reis e, só para se ter uma noção do seu sucesso, sua música jovem Coração de Papel ficou quarenta e oito semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso, ou seja, de repente, esse jovem começa gravar um outro estilo que até então era restrito ao público interiorano, os jovens fãs da Jovem Guarda começaram a prestar atenção naquele gênero musical que só era ouvido pelos seus pais e, na maioria das vezes, pelos seus avós. Logo os jovens da cidade grandes já ouviam, sem vergonha nenhuma, a música do agora sertanejo Sérgio Reis, isso forçou os homens de rádios a abrir espaço para o novo estilo.
Os jovens começaram a perceber que havia outros como Léo Canhoto e Robertinho, que já vinham fazendo uma música caipira mais jovem há tempo, eles usavam roupas extravagantes, medalhões e cabelos compridos isso despertou o interesse dos jovens.
Pouco tempo depois despontou Milionário e José Rico com sua música mais voltada às baladas românticas e dor de cotovelo, fez muito sucesso.
Mas no início dos anos oitenta veio o golpe de misericórdia, uma dupla que começou muito criança e cantando música caipira, conhecida como Chitãozinho e Xororó, resolveu regravar um clássico caipira num estilo bem mais jovem e foi um sucesso estrondoso, a música Fio de Cabelo foi outro divisor de águas, criou um estilo que deixou de se chamar caipira para ser conhecido com Sertanejo, para alguns críticos que torcem o nariz para o estilo, conhecido como breganejo.
Depois de Chitãoinho e Xororó vieram seus discípulos: Leandro e Leonardo, Gean e Giovani, Christian e Ralf, Zezé de Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel, Rick e Rener, Bruno e Marrone, Vítor e Léo e tantos outros e, a música sertaneja caiu no gosto do povo de todas as idades.
Mesmo hoje, aqueles que cantam a música jovem sertaneja têm orgulho de saber tocar viola e conhecer os grandes clássicos da música caipira, mesmo que tenham nascidos nas cidades grandes e pouco conhecem da vida no interior.
Atualmente desponta uma nova ramificação do estilo o sertanejo universitário: César Menóte e Fabiano, João Bosco e Vinícius e tantos outros.
A jovem musica sertaneja chegou longe, tanto que hoje, na lista das dez músicas mais tocadas nas FMs, quarenta por cento saem dela, inclusive, em diversas metrópoles brasileiras, há rádios tocando cem por cento do estilo, coisa inimaginável na época de Tonico e Tinoco.
Quando você vê Luan Santana, um jovem cantor sertanejo de menos de 20 anos de idade, se apresentar por mais de meia hora na TV Globo, no programa do Faustão, num concorridíssimo domingo à tarde, percebe-se que realmente algo mudou e muito no reino caipira, digo, sertanejo.
* Vale nota: Sérgio Reis é descendente de italiano, nascido e criado na capital de São Paulo.

O SERTANEJO QUE EMPLACOU: DE TONICO E TINOCO A SÉRGIO REIS, DE CHITÃOZINHO E XORORÓ A LUAN SANTANA




A música sertaneja começou com cantores que tinham os dois pés na roça, as chamadas músicas caipiras, suas letras normalmente falavam da beleza da natureza, da vida nos campos, da vida simples do interior, na lida do dia a dia, nos costumes, ou seja, você ouvia a música e quase podia sentir o cheiro de terra molha, os ruídos dos carros de bois, o prazer de uma boa pescaria, do café no bule sobre um fogão à lenha e, acompanhado de violas, violões e, em alguns casos, de uma sanfona, esse estilo musical atendia um público específico, principalmente o pessoal legitimamente caipira, e o mais triste eram as barreiras para se tocar em rádios para um público jovem das cidades grandes. Duplas com Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Zilo e Zalo, Tião Carreiro e Pardinho consagraram o estilo, mas eram marginalizados.

O tempo passou e vieram a popularização das rádios FMs, nelas não havia espaço para a música caipira, mas no início dos anos setentas aconteceu um fato que revolucionou o estilo, um jovem conhecido como Sérgio Reis resolveu regravar um clássico da até então música caipira: O Menino da Porteira, foi um estouro, no fundo, era tudo que as pessoas esperavam, mas não sabiam como chegar até ela, e a música tocou, tocou tanto que o grande cantor, com seus quase dois metros, levou a história até para o cinema, onde também fez muito sucesso. Mas qual teria sido o segredo para a música caipira sair das porteiras das fazendas e sítios e atingir o povo da cidade? Na realidade o mistério é simples para ser desvendado: na época havia um movimento musical chamado Jovem Guarda, inclusive, ele começara em agosto de 1965 num programa de auditório transmitido pela rede Record e comandado por três jovens que eram as sensações da música jovem no Brasil: Roberto Carlos (O Rei), Erasmo Carlos (O Tremendão) e Wanderléia (A Ternurinha). O referido programa de auditória batia todos os índices de audiências da época e nele se apresentava o jovem grandão e bonitão Sérgio Reis e, só para se ter uma noção do seu sucesso, sua música jovem Coração de Papel ficou quarenta e oito semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso, ou seja, de repente, esse jovem começa gravar um outro estilo que até então era restrito ao público interiorano, os jovens fãs da Jovem Guarda começaram a prestar atenção naquele gênero musical que só era ouvido pelos seus pais e, na maioria das vezes, pelos seus avós. Logo os jovens da cidade grandes já ouviam, sem vergonha nenhuma, a música, do agora sertanejo Sérgio Reis, e isso forçou os homens de rádios a abrir espaço para o novo estilo.

Assim jovens começaram a perceber que havia outros como Léo Canhoto e Robertinho, que já vinha fazendo uma música caipira mais jovem há tempo, usavam roupas extravagantes, medalhões e cabelos compridos isso despertou o interesse dos jovens.

Pouco tempo depois despontou Milionário e José Rico com sua música mais voltada às baladas românticas e dor de cotovelo, fez muito sucesso.

Mas no início dos anos oitenta veio o golpe de misericórdia, uma dupla que começou muito criança e cantando muita caipira, conhecida como Chitãozinho e Xororó, resolveu gravar um clássico caipira num estilo bem mais jovem e foi um sucesso estrondoso, a música Fio de Cabelo foi outro divisor de águas, criou um estilo que deixou de se chamar caipira para ser conhecido com Sertanejo, para alguns críticos que torcem o nariz para o estilo, conhecido como breganejo.

Depois de Chitãoinho e Xororó vieram seus discípulos: Leandro e Leonardo, Gean e Giovani, Cristhian e Ralf, Zezé de Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel, Vítor e Léo e tantos outros e a música sertaneja caiu no gosto do povo de todas as idades.

Mesmo hoje, aqueles que cantam a música jovem sertaneja têm orgulho de saber tocar viola e conhecer os grandes clássicos dos primórdios da música sertaneja, mesmo que tenham nascidos nas cidades grandes e pouco conhecem da vida do interior.

Atualmente desponta uma nova ramificação do estilo o sertanejo universitário: Juliano César e Fabiano, João Bosco e Vinícius e tantos outros.

A jovem musica sertaneja chegou tão longe que hoje, na lista das dez músicas mais tocadas nas FMs, quarenta por cento saem dela, inclusive, em diversas metrópoles brasileiras, há rádios tocando cem por cento do estilo, coisa inimaginável na época de Tonico e Tinoco.

Quando você vê Luan Santana, um jovem cantor sertanejo de menos de 20 anos, se apresentar por mais de meia hora na TV Globo, no programa do Faustão, num concorridíssimo domingo à tarde, algo mudou e muito no reino caipira, digo, sertanejo.